Setembro 2012, Vieira de Leiria
Gaivota, que enfrentas o mar
Procurando o teu sustento
Como o velho pescador
Que para ganhar a vida
Enfrenta a chuva e o vento
Destemido lança as suas redes
Em mar encrespado e revoltado
Desafiando a morte corajosamente
Com o corpo encharcado e frio
Só vê o mar, as redes e o pescado.
E tu gaivota, esperas o retorno
Em águas mais calmas tu pescas
O peixe que rodeia a traineira
Voltas para o alto do teu rochedo
Admiras o pescador sem medo
Que levantou as redes com canseira
E na areia da praia a esposa
Ajoelhada rezando, pedindo protecção
Para o seu homem corajoso e bondoso
Que lhes dá o pão ganho com a alma
Com a força dos braços e do coração.
Alberto da Fonseca
Como forma de apreciar os teus postes LINDOS!, deixo-te um outro pescador.
ResponderEliminarEste é de um dos meus poetas favoritos.
Pescador da barca bela,
Onde vais pescar com ela,
Que é tão bela,
Ó pescador?
Não vês que a última estrela
No céu nublado se vela?
Colhe a vela,
Ó pescador!
Deita o lanço com cautela,
Que a sereia canta bela...
Mas cautela,
Ó pescador!
Não se enrede a rede nela,
Que perdido é remo e vela
Só de vê-la,
Ó pescador!
Pescador da barca bela,
Inda é tempo, foge dela,
Foge dela,
Ó pescador!
Almeida Garrett, in Folhas caídas
Que poema lindo :)
EliminarMuito obrigada